"De que me serve a beleza, se não a vejo refletida nos olhos de quem amo. A beleza só tem real significado quando surge límpida sobre um +
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olhar apaixonado. A beleza só é realmente bela quando for bem apreciada.
Se não tenho a beleza, meus olhos se fecham diante a minha figura no espelho. Quando torno a abri-los não vejo nada, não encontro nada. +
Meus lábios estão curvados em um meio sorriso. A minha pele pálida me parece amarelada.
O cenho franzido, a respiração descompassada. Borboletas mortas em meu estômago, com a maldita sensação de enjoo, logo após ao grande voo.
Os nós nos meus dedos oscilam entre o branco e o arroxeado. Pequenos cortes nas palmas das mãos, cicatrizes perto de serem esquecidas.
A trás do meu reflexo no espelho há outro alguém. Olhos fixos, face rígida, lábios crispados. Mãos apertadas fortemente juntas.
Então me pergunto quem são essas pessoas, a minha frente, no espelho. Algum tipo de penitência? Ou visões do juízo final.
Não há nada de vitoriano em seus rostos. Suas roupas não apresentam qualidade alguma. Típica falta de beleza provinciana e fronteiriça.
Pois não há paixão em frases retiradas de um livro renascentista. Não há amor em teorias sofistas. Não há beleza em olhares opacos.
Tudo que resta então é uma nova idade das trevas. Onde toda a devoção depositada ao próximo fora queimada junto daquelas que ousaram amar;
Nos olhos alheios não encontro nada. Enquanto os meus insistem em permanecerem abertos, fixos na visão insossa de uma divindade destronada +
e prestes a tentar me convencer de que não podemos belos, se não estivermos juntos."
ohh parece texto de tumblr!
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